segunda-feira, 23 de abril de 2012

REVENDO NOSSA MOTIVAÇÃO


Vamos pensar na motivação como uma força interna que nos impulsiona a determinada realização. Essa força é ativada a partir de necessidades, algumas comuns a todo ser humano e outras específicas conforme a realidade de cada um. Por exemplo, para uma pessoa faminta, a motivação de sobrevivência impulsiona-a para a busca de alimento.

De acordo com a teoria do psicólogo Abraham Maslow , a hierarquia de necessidades do ser humano tem, na sua base, as necessidades fisiológicas, que despertam motivos que as levem a evitar a fome, o frio, a sede e o calor excessivo. Uma vez que estas são supridas emergem outras necessidades: de segurança (evitação do perigo, garantia de bem-estar), de amor (que leva o ser humano a estabelecer vínculos afetivos, aceitação, inserção em grupos), de estima (responsável pela busca de realização, aprovação, competência e reconhecimento) e, por último, em estágio mais avançado, encontra-se a necessidade de auto-realização, que permite ao ser humano desenvolver suas capacidades potenciais e cumprir seus projetos pessoais.

Se Maslow fosse um cristão apaixonado por Jesus, possivelmente se lembraria de acrescentar, no topo dessa pirâmide motivacional, a necessidade mais excelente e mais nobre do ser humano, que é buscar fazer tudo para a glória de Deus, em obediência irrestrita, de acordo com o texto do apóstolo Paulo aos coríntios: “Quer comais, quer bebais (necessidades e motivações fisiológicas); ou façais qualquer outra coisa (incorpora todas as demais necessidades) fazei tudo para a glória de Deus” (I Co 10:31). Glorificar a Deus apresenta-se como a motivação primeira e última do verdadeiro crente. Alguns teóricos da psicologia não descobriram esta verdade, antes pelo contrário, alguns negaram a existência de Deus e assim negaram a maior necessidade do ser humano, que é estabelecer uma relação de intimidade com o Pai celestial, e a partir dessa estrita relação, agradar-Lhe o coração em todas as coisas – motivação correta.

Acontece que “fazer tudo para a glória de Deus” tornou-se um jargão no dialeto “crentês”, destituído do seu verdadeiro significado. Infelizmente, temos a tendência de tornar comum ou banalizar aquilo que é tão profundo e especial. Assim, como meros papagaios bem treinados, repetimos verdades extraordinárias sem a devida reflexão e atribuição de valor às mesmas. O que significa verdadeiramente buscar glorificar a Deus com nossas atitudes e realizações? Muitas vezes, pelo nosso coração ser enganoso (Jr 17:9), pensamos que estamos glorificando a Deus, quando, na verdade, são os nossos desejos mais egoístas e hedonistas que gerenciam nossas atitudes. O que Deus realmente quer que façamos para Sua glória ou o que fazemos buscando nossa própria glória? São perguntas a serem pensadas e respondidas com o máximo de clareza e sinceridade. São perguntas que ninguém poderá responder por nós a não ser nós mesmos, com o auxílio do doce Espírito Santo que nos conhece pelo avesso.

Em se tratando de motivação, tudo é, às vezes, tão sutil e tão dissimulado. Ao repassar meu arquivo de memória, chego a uma cena ocorrida dentro de um ônibus, certa manhã, quando me deslocava para o primeiro dia como professora de um seminário. Meu coração estava apreensivo, e alguns pensamentos inundaram minha mente como: “Senhor, o que vou fazer naquele lugar? Aquela turma sabe teologia muito mais do que eu. Aliás, eu não sei nada de teologia. Posso envergonhar o Teu nome”. Docemente, o Espírito de Deus interrompeu-me dizendo: “Você não está preocupada com o Meu nome, mas sim com o seu. Se você estivesse preocupada com o Meu nome, você descansaria em mim, pois sou Eu quem a quer ali e sou Eu quem usa você. Mas você está com medo de ser envergonhada, preocupada consigo mesma e com a sua própria reputação”. Depois desse diálogo interno com o Espírito Santo só me restou corar de vergonha e pedir perdão ao Senhor, confessando meu pecado de colocar a necessidade de estima (realização, aprovação, competência e reconhecimento) acima da necessidade de fazer tudo para a glória de Deus. O Senhor, através do profeta Jeremias, disse que: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações” (Jr 17:9-10).

Então, qual a sua motivação?
(trecho extraído do livro “Ativismo Religioso – A família e a igreja” – Iara Diniz)

Com carinho,
Iara
 

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Uma reflexão sobre o tempo de Deus para o casamento

Queridos (as)
Deixo para esta semana um texto para refletirmos sobre o tempo de Deus para o casamento. Hoje em dia, muitos se casam sem uma direção real de Deus. Muitas vezes pela ansiedade ou pressão social.
Espero que todos sejam abençoados!

Com carinho,
Iara

O tempo perfeito de Deus para o casamento de Isaque estabeleceu-se quando ele tinha 40 anos de idade. Será que o Dono do tempo estava atrasado no cumprimento do propósito de gerar uma grande nação? Sem sombra de dúvida, não! Penso que, nesses 40 anos, o grande idealizador de tão maravilhoso projeto estava preparando o jovem filho de Abraão para que pudesse desempenhar bem seu papel. Nesse tempo, seus pais puderam desfrutar da sua preciosa companhia. Quem sabe sonhando juntos com aquela a quem ele tomaria como sua amada companheira?

Tudo tem seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu, afirma o sábio escritor de Eclesiastes. O Criador dos céus e da terra é também o grande Maestro do tempo a orquestrar, de maneira perfeita, harmoniosa e duradoura todo propósito para a vida de Seus filhos. Para Ele, o tempo simplesmente é – no tempo presente. Ele se denomina como o EU SOU. Nós, seres humanos, circunscritos no tempo e no espaço, padecemos com o calendário que, cruelmente, nos faz pensar que o sonho não vai se realizar. Compreender e aceitar o tempo de Deus para as nossas realizações é o grande desafio.

Quantas histórias de casamentos mal sucedidos são descritas nos consultórios de Psicologia e nos gabinetes pastorais, pelo fato de as pessoas terem se precipitado na escolha, no modo e no tempo que não estava em sintonia com o kairos de Deus.

É um grande risco se casar só porque os anos estão se passando, e o medo da solteirice aumenta. Então, para não ficar solteira a pessoa se dá em casamento, sem perguntar a Deus se está certa no seu empreendimento. Enquanto se está solteira, há a possibilidade e a liberdade de escolha. Depois de casada, caso se descubra que não fez a melhor escolha, resta apenas trabalhar com esforço multiplicado para construir a relação. Nenhum cristão, verdadeiramente comprometido com Cristo, deve se casar pensando que, se não der certo, separa.

Enquanto esperamos, precisamos ter em mente que, para grandes propósitos, há sempre uma grande espera. A espera tem a função de trabalhar nosso caráter, levando- nos à maturidade e nos preparando para receber a dádiva de Deus no cumprimento do Seu propósito. Esperar em Deus é um exercício diário da fé bíblica - a fé que agrada o coração do Senhor.
(Trecho: Casamento com propósito - Iara Diniz - 2011)