terça-feira, 11 de janeiro de 2011

POR ONDE ANDA A COZINHA?



Outro dia me peguei numa nostalgia - aquela saudade que bate no peito - mesclando imagens, lembranças, sensações, que ressurgem evocando momentos tão especiais. Momentos estreados em família lá na infância e adolescência - o que já faz muito tempo - cujo palco principal era a cozinha. Ah! Doce cozinha, doces aromas, doces afetos!

Lá ficávamos nós, a meninada, à espreita para furtar um pedacinho do doce, que ainda não podia ser degustado ou a batatinha que já estava frita antes do almoço ser servido. Era ali ao redor de uma mesa que as risadas estralavam, os medos se escoavam e as conversas, quando já mais crescidinhos, tomavam um tom de profundidade. Era ali que a figura de mulher, serena e paciente, fazia fluir a mensagem de que estava tudo bem.

Mais tarde quando os crescidinhos se foram e os netos chegaram, a velha e acolhedora cozinha continuou a escrever histórias. Novamente risadas e travessuras inocentes enchiam os ares misturando com o aroma e o sabor do bife acebolado que vovó Helena fazia. E a sopa em tempo de inverno? “Vamos ver quem toma sopa sem queimar a boca?” Propunha um primo dado a espertinho. Logo um desavisado se queimava. Risadas. Gostosas gargalhadas. Sentimento acolhedor que faz tão bem à alma! Tudo ali na cozinha! Lugar de comunhão. Lugar de criar histórias. Lugar de fazer registros para a posteridade.

Mas por onde anda a cozinha nos projetos de arquitetura? Por onde anda a cozinha nas nossas famílias? Relegada a espaços cada vez menores. Tendo como colocar a geladeira, o freezer e o micro-ondas, está bom. Assim como o preparo das refeições e o tempo dedicado a elas tornaram-se instantâneos, também os relacionamentos familiares tornaram-se superficiais. Cada um aquece a sua lasanha retirada do freezer indo degustá-la diante da sua TV particular.

Cresci ouvindo minha mãe dizer que a hora da refeição era uma hora sagrada. Devíamos nos aquietar para aquele momento especial. Minha mãe não tinha naquele tempo, ainda, um conhecimento da Palavra de Deus. Sua fala era fundamentada na sabedoria dos mais velhos. Mas refletindo hoje na verdade do Salmo 128 que diz:

Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem. Tua esposa, no interior de tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos, como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa. Eis como será abençoado o homem que teme ao SENHOR! O SENHOR te abençoe desde Sião, para que vejas a prosperidade de Jerusalém durante os dias de tua vida, vejas os filhos de teus filhos. Paz sobre Israel!

Podemos dizer que a família reunida em volta de uma mesa em momentos de comer juntos pode-se traduzir como um momento sagrado. Esta é uma grande oportunidade para os pais imprimirem registros de memória dos filhos, as preciosas verdades das Escrituras.

Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas. Dt 6:4-9

Tudo bem, você não tem uma cozinha grande, como eu também não tenho. Mas todos nós temos uma mesa com cadeiras na sala de jantar. Então não deixe de criar, inventar e reinventar esses momentos preciosos em família, quando de um modo tão aconchegante os deliciosos aromas e sabores da comida se misturam com os deliciosos aromas de afeto, carinho, comunhão, oração, alegria... Boas e descontraídas gargalhadas. Sobretudo, com a certeza de ter sempre a doce e serena presença do Senhor Jesus junto à mesa. Isto é família!

2 comentários:

  1. Oi Pra. Iara, que delícia de blog. Glórias a Deus por essse projeto. É uma alegria compartilhar suas mensagens.
    Me deu uma saudade enorme da minha vidinha do interior. Na casa dos meus pais, a cozinha era o maior cômodo da casa, passavamos boa parte do dia por lá...de vez em quando, a festa era transferida para casa do meu avô, mas o cenário era o mesmo, a cozinha e com direito a um canteiro de taiobas e um fogão à lenha...Agradeço ao Senhor por ter me proporcionado momentos tão preciosos junto com a família...
    Obrigada por compartilhar suas lembranças e reavivar as minhas.
    Beijos grandes. Com Amor em Cristo.
    Débora.

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  2. Olá, pastora Iara! Entrei no seu blog hoje pela primeira vez! Ameeeeeeei!

    Agradável e gostoso demais ler as postagens que você coloca. Estou seguindo você a partir de agora.

    Atenciosamente, Pri de Luz

    www.prideluz.blogspot.com

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